06 maio 2009

É raiva e algo mais

Já me cansei desses discurso zinhos politicamente corretos de "viva a diferença!”, e vamos tocar o pau no povão, fico me perguntando por que nos colocamos sempre acima de algo para conseguirmos uma sensação de bem-estar, e assim sentir que somos diferentes do que no nosso conceito pessoal especifica como, brega, ruim. Tantas vezes usado para falar sobre opções, sejam elas sexuais, religiosas, políticas, cor do cabelo, estilos musicais. E são sempre os mais hipócritas, do tipo fui feito no modelo comercial Doriana de ser, os primeiros a falarem sobre cultura, esculacho, música, e também os primeiros a não aceitarem alguém por não ter semelhanças com seu narciso. [é tipo aquela coisa, acho ruim então, vou falar mal sem fonte oficiosa] Não estou afirmando que devemos aceitar o que não gostamos [calma]. Fico- me perguntando até que ponto uma mente pode funcionar, a fim de colocar sempre a sua opinião como conceito correto, não expondo em suas matérias pontos de vistas diferentes sobre o assunto abordado.

Hoje li num tópico que sinceramente perturbou minha mente, comecei a me gritar. Até que ponto eu sou preconceituosa na minha vida, e como julgo o que não gosto? Percebi que “tenho o direito de não gostar de certos estilos musicais”, mas quando vou expor isso, tenho que ter cuidado com as palavras, possuindo o dever de respeitar aquilo que fere os meus ouvidos, não execrando, e bombardeando. É comum dizermos que uma pessoa não possui cultura quando ela não tem contato com a leitura, artes, história, música, etc. Se compararmos um professor universitário com um indivíduo que não sabe ler nem escrever, a maior parte das pessoas chegaria à conclusão de que o professor é “cheio de cultura” e o outro, desprovida dela. Mas, afinal, o que é cultura? Fiquei pensando, surtando... Bom vamos lá...

Para o senso comum [aqueles que se acham letrados], cultura possui um sentido de instrução vasta e variada adquirida por meio de diversos mecanismos, principalmente o estudo. Quantas vezes já ouvimos os palavrões “O povão não tem cultura”, “O povão não sabe o que é boa música”, “O povão não tem educação”, etc.? De fato, é um monte besteira sem noção. Não podemos dizer que um índio que não tem contato com livros, nem com música clássica ou esse Rock zinho que certas pessoas pregam como sendo o lindo ao cubo da música, por exemplo, não possui cultura. Onde ficam seus costumes, tradições, sua língua? Não existe? Porque cultura e música para muitas pessoas são aquilo que o seu mundinho “de gosto e não gosto”,define como sendo certo.

Cultura é uma rede de significados e conteúdos que dão sentido a vida de um indivíduo, o povão é “CHICLETEIRO, AVIÃOZEIRO, é ASA DE ÁGUIA, é AFRO REGUE, RATOS DE PORÃO, LEGIONÁRIOS, ROCKEIROS, PAGODEIROS, FUNKEIROS,” e um monte de outros estilos, dependendo da região, música é para berrar, curtir, se entregar, brincar, dançar, beijar, paquerar. Não é simplesmente uma melodia com conteúdo que tu te trancas e fica escutando e analisando absurdamente o sentido de sua letra. Tudo isso dentro do seu espaço limitado, que prega a falta de respeito musical [não gosto, então vou falar muito mal] esse é o seguimento. Por isso acredito que um indivíduo que curte axé, pagode,forró,música clássica,o diabo a quatro não pode ser adjetivado como um ser sem cultura,pois ninguém nasce e consegue se colocar acima de custumes.Música é a prática da cultura humana, sendo assim uma forma viva de arte,e se pessoas conseguem ver sentimento e valores nas telas de Tarsila do Amaral, eu também consigo enxergar qualidade , expressão e liberação interpessoal na “Dança da manivela”“Ralando a tcheca no chão”, e “Dançando o robocop gay”.

Putaqueopariu Desculpe a acidez, mas esse lance de liberdade de expressão virou uma merda maneira das pessoas se colocarem como senhores de uma verdade que é totalmente pessoal dentro do seu contexto de vida. Mesmo assim continuo seguindo a linha de que posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las.As duas faces de uma moeda e uma nova descoberta precisam sempre ser colocadas dentro do “Eu penso, eu gosto,é assim,e música[axé,pagode,forró e o inferno ao quadrado] é igual a povão que é igual a população de macacos sem cultura. Quem são os gorilas mesmo? Sinceramente melhor nem comentar.

7 marteladas:

Nati Pereira disse...

Adorei o teu blog, tu tava super inspirada nesse post. sinceridade a cima de tudo.
101º seguidora.

smack :D

Anônimo disse...

É bom ver que de certa forma você sabe se argumentar e mostrar as coisas de uma forma clara, nitida e bem colocada...

E fico feliz em ver que a nossa "conversa" de ontem tenha lhe "IIIInspirado" tanto assim...

Como sei o motivo desse post, não poderia de deixar aqui meus pensamentos pra que de certa forma isso se amenize e caia do padrão normal da boa amizade que sempre tivemos e quero ainda poder ter.

Flor o erro não está em rotular cultura ou sem cultura... todos somos desculturados apenas pelo fato de viver uma vida inteira e jamais aprender e ver tudo que a vida tem de melhor.

Jogar purrinha com uns amigos em um bar regado a boas cervejas e alguns papos furados é cultura tanto quanto escutar uma 9ª de "Chopannnn" srsrs...

Acontece que acima de qualquer diferena musical existe o senso comum em notar que uma poesia bem escrita é totalmente diferente de meros versos rimados...

A poesia desse tal rock, ou de mpb, ou de samba de raiz, não se pode comprar aos 500 créus ditos em um baile funk...

O errado não está em criticar a letra... e sim ignorar a diferença entre Astronauta do Gabriel Pensador e um simples Musa de Verão do Filipe Dylon...

OS estilos... que se danem os estilos... seja rock, axé, pagode, sertanejo... tudo isso tem seu ponto bom... e sou capaz de inumerar elas pra vc...

Cobertor do Araketu (AXÈ) é uma música com uma melodia e poesia linda...

Menino da porteira de Sergio Reis também não perde em nada... (Sertanejo)

ou Madalena Madalena (pagode/samba) e por ai vai...

E como existem milhões de rocks ruins como Razões e Emoções do NXemoZero... rsrsrs

Então a critica deve sempre ser focada a falta da boa poesia...

Ao ritmo, ao esteriotipo, aos rotulos e as definições... Esqueça... tudo isso REALMENTE tenho que CONCORDAR porque é "Facismo", "Racismo"... enfim... Erro!

Agora se quer se entregar ao ritmo que se entregue... e como vc mesmo diz... Se JOGA BABY!!!

O importante é saber entender o quando uma boa poesia merece respeito diante de Créus e Créus que são apenas homanatopéias...

Vê se acalma e volta ao normal minha colunista paulista do sultaque mais massa puxador de R que já vi!!!

E quer saber... VIVA AO PO"RRRR"CO na Libertadores...

Te adoramos mocinha!
Você tem fãs pacas!

Desculpa qualquer coisa ai!
Tchau!


Patrãozinho!

Anônimo disse...

"...posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las."

Tava bem inspirada na hora de escrever, um verdadeiro desabafo! rs

Vou seguir você aqui, tá?
=)

Beijão

Érica Ferro disse...

Massa, cara!

Concordo plenamente.

Cada tem o direito de ser o que é, e de defender o que é. Mas, claro, de uma maneira que não desrespeite ninguém.

Muito legal seu blog. ;)

T disse...

o "algo mais" se encaixa em mim, ou eu nele, que seja.
muito bom!

Sabrina Davanzo disse...

Ei, Nathália!
Adorei o blog e adorei o post.. concordo e assino embaixo!

Um beijo!

Unknown disse...

Caramba,eu posso não gostar,mas respeito,não fico zuando,rs...melhor deixxar esse assunto quieto.Obrigada a todos pela presença no Blog,beijão e voltem sempre=)